Várias questões permeiam as sociedades pós-modernas: globalização da economia, internacionalização de direitos fundamentais, superação da Soberania e novo papel do Estado, para além de outras questões. A realidade com que se deparam estudiosos de diversas áreas humanas gira em torno, ao fim e ao cabo, não do "sentido da vida humana na Terra", mas da atividade humana transformadora da natureza e da sociedade, suas implicações, métodos convencionados e novos paradigmas e a possibilidade, ou não, do atual sistema econômico e ideológico ser compatível com a continuidade da vida humana no Planeta de forma sustentável.
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Contudo, até mesmo na classe dos juristas - majoritariamente enlameada pelo conservadorismo, por razões de ordem procedimental - já admite posicionamentos que antes representavam dogmas na Ciência jurídica, como a defesa dos julgamentos contra legem, ou seja, de acordo com a Escola do Direito Alternativo, na análise do caso concreto o juiz poderia julgar contra o dispositivo da lei, caso verificasse uma lei injusta ou em desconformidade com os anseios sociais (problema da legitimidade da lei). Os cientistas políticos e filósofos da Ciência política, por seu turno, contestam e atacam o sistema representativo de governo, por entenderem que o pluralismo confronta o Estado com a diversidade do extrato social - sem contar com o fato de que quem decide, realmente, não é o cidadão, pois o sistema é eletivo, de participação indireta.
No decorrer da vida, a humanidade precisa satisfazer suas necessidades materiais, vencendo a natureza e adiando a chegada da morte, protegendo-se das intempéries, evitando o sofrimento... Para tanto, precisa organizar sua sobrevivência através da transformação do meio, adequando-se e transformando-o de acordo com as conveniências e vicissitudes. E a continuidade dessa atitude de apropriar-se da natureza fez com que esta se tornasse pobre, enfraquecida, comprometendo inclusive o ecossistema global. O despertar para a preservação do meio ambiente é ação recente, quase tardia, tendo em vista os 200 anos de exploração selvagem dos recursos naturais na crosta terrestre, que já devastaram muito mais da metade dos recursos naturais e agravaram o delicado equilíbrio ambiental. Então, hoje, vê-se os mais diversos segmentos da comunidade científica tentando ações gerais não para a recomposição da natureza, mas para evitar a degradação total da mesma, por meio de medidas paliativas que nada mais representam que um placebo. É aí que entra o Estado, como uma entidade para-individual detentora da força-violência legítima, como único capaz (por meio da logística que ainda dispõe) de obrigar pessoas físicas e jurídicas à proteção do meio natural; único capaz de regular as relações entre os indivíduos de forma concentrada; único capaz de centralizar as ações políticas necessárias à preservação da própria humanidade. Mas, na prática, isso não ocorre. Porque, enfim, esse mesmo Estado é formado por indivíduos, pessoas susceptíveis de falhas e erros; pessoas comprometidas muitas vezes com seus próprios interesses. Aliás, o estigma de "honestidade estatal" ou a noção de "público" é ambivalente e imprecisa, pois trata-se de teoria mais aplicável ao conceito de comunidade, do quê ao de sociedade. Daí o crescente descrédito e enfraquecimento do âmbito estatal.
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Uma nova ocupação para as academias seria a proposição de um modelo de estudo e pesquisa que envolvesse a maior quantidade possível de interações entre os diversos ramos didáticos do saber humano. Afinal, como bem podem ilustrar os historicistas, o trabalho de um físico, nas mãos de um político e com o apoio de um jurista podem muito bem dar cabo da vida no globo. Não é apenas um problema deôntico. É um problema humano.
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