
Temos que ter em mente que a crise econômica nos E.U.A. tem suas raízes no que se pode chamar de "crédito de habitação" - que é uma linha de empréstimos aos privados para que possam investir em bens imóveis. O mercado imobiliário norte-americano é um dos carros-chefe do mercado de capitais, vez que o setor de construção civil movimenta uma larga parcela dos créditos das bolsas de valores de Chicago e Nova Iorque. Uma queda nos valores das ações dessas empreiteiras significou o abalo da economia norte-americana, que gerou ligeiras quedas nas bolsas de valores ao redor do globo - principalmente na Europa.
Entretanto, a China deu uma resposta inteligente para que seu crescimento de 11% do PIB não fosse afetado nesta rodada financeira de 2007: legalizou a propriedade privada em seu território - ao lado das propriedades coletiva e estatal. Essa foi uma jogada de mestre, que beneficiou as elites burguesas e preparou o território para a expansão e acumulação do capital naquele país. Os enganaram-se os pensadores que vinham imaginando um sistema de economia de mercado misto socialismo-capitalismo, com a devolução dos territórios de Hong Kong pelos britânicos (1997) e Macau pelos portugueses (1999). Primeiro porque não existe uma verdadeira experiência socialista na China, senão um regime totalitário de base político-filosófica confuncionista (sistema organicista família=sociedade=Estado; tutela disciplinar da Educação; controle da liberdade de expressão equiparada à omissão participativa e etc.).

Portanto, o que muda na China: nada. Depois de ter garantido o desenvolvimento das infra-estruturas industriais necessárias ao fortalecimento da produção capitalista, este país vai continuar a sua expansão regional até que comece a prejudicar a pauta de exportações e o mercado financeiro japoneses (a "rinha" entre os dois países asiáticos sempre foi comercial). Se o crescimento chinês puser em causa a hegemonia dos japoneses na Ásia, o Japão terá sempre duas opções: investir capital na China ou ...

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