O Partido da Frente Liberal (PFL) mudou de nome. Agora, chama-se "Democratas" (sic). Não vou perder muito tempo contando a história desse partido. Apenas acho satírico que tenha mudado sua designação, de liberais para "democratas"; há uma longa distância entre um liberal e um democrata.
O que parece mais certo é que esses elegantes membros do liberalismo nacional continuam com suas técnicas de manipulação da opinião pública nacional - mas, enfim, é isso mesmo o que a política é... manipulação de opiniões. Uma de suas mais fortes críticas está centrada no governo populista de Lula; chegam a lançar na mídia que o atual governo do Planalto estaria arquitetando um golpe político que poria fim à democracia brasileira. Contudo, antes de continuar, é preciso enquadrar o discurso do PFL... digo, do "Democratas" (sic) no contexto de uma América Latina em transição.
Primeiro, é necessário explicar que a democracia latino-americana saiu de um viés puramente elitista e liberal, em que as decisões econômicas estavam centradas apenas no crescimento econômico, havendo escassos investimentos na área social. Para se constatar isso, é só analisar os primeiros governos civis pós-1988 no Brasil e ver o tamanho do estrago na Educação (desmantelamento das universidades e outras instituições de ensino públicas), nos direitos dos trabalhadores públicos e privados (fim da estabilidade no emprego, cortes nos gastos com segurança social), no patrimônio público nacional (as privatizações criminosas!) - tudo isso foi o elitismo. Embora a corrupção e o descaso com a coisa pública continuem fortes como nunca, pelo menos hoje qualquer governo que queira permanecer no Poder tem que pôr em prática "políticas placebo" - que não resolvem nenhum problema, mas agradam a população (isso é o tal populismo).
Segundo, o fato de a política norte-americana ter dedicado total atenção ao Oriente Médio tornou possível o ressurgimento de movimentos de esquerda ou movimentos populares na América Latina. Antes, todo tipo de insurreição contra o poder liberal era logo rechaçado militarmente, com o apoio yankee; são exemplos disso as guerras civis e ditaduras arquitetadas e dirigidas pela Central Intelligency Agency (C.I.A.) em: El Salvador, Nicarágua, Chile, Brasil, Argentina, Paraguai, Uruguai... não é preciso continuar. O continente todo já foi vítima direta e indireta das políticas de intervenção norte-americanas que garantiram o que todo mundo já sabe: somos o quintal dos "américas". Ironicamente, o único insucesso norte-americano foi Cuba - e eu me pergunto: "por que será"?
Terceiro, os tratados de livre comércio assinados entre os latino-americanos começaram a pôr em causa a hegemonia e ingerência econômica norte-americana, trazendo benefícios diretos e indiretos ao comércio dos países do Sul global. Ora, o sucesso das exportações e do comércio entre os países latino-americanos é muito recente; isso tem beneficiado enormemente o Brasil, que colhe bons resultados a nível regional e excelentes resultados em nível internacional. Inclusive, não faz mais 06 anos que o Brasil e seus parceiros regionais do Mercosul começaram valiosas parcerias tecnológico-industriais com países como Rússia, Índia e China e, ainda, iniciaram uma expansão rumo à África.
Por fim, e como não podia deixar de ser, o mais importante: o comércio mundial está de olho no petróleo da América Latina. Aonde você acha que as grandes potências vão cavar, quando secarem as reservas de petróleo dos árabes, caro leitor? E nesse ponto todos concordam, não há cá conversas: o petróleo ainda é o carro chefe do mundo industrializado. Todos criticaram o Evo Morales (Bolívia) por ter nacionalizado o petróleo e as empresas petrolíferas bolivianas; porém, pergunto a qualquer general de cinco estrelas se ele é favorável à privatização da Petrobrás e ele diz um audível e quase ensurdecedor "não!". No Brasil, todos acharam ruim porque o presidente boliviano "pegou o que era nosso"... Mas esquecem-se que o gás e o petróleo são as únicas moedas disponíveis para que a Bolívia saia da lama - disso ninguém quer falar.
E tudo isso para criticar o PFL..., perdão, o "Democratas". Eles acusam o atual governo de populista, mas esquecem-se que agora, caros amigos, a opinião do povo tem um peso muito maior do que no passado. Superada que está a discussão da existência ou não de direita e esquerda no Brasil, o que convém dizer é exatamente aquilo que poucas pessoas querem ouvir: a democracia na América Latina não é racional, é passional. Quem quiser conquistar um governo, agora, terá que cair nas graças do povão; e este último personagem vai cobrar cada "centavo democrático" que a História direitista latino-americana lhe roubou.
Primeiro, é necessário explicar que a democracia latino-americana saiu de um viés puramente elitista e liberal, em que as decisões econômicas estavam centradas apenas no crescimento econômico, havendo escassos investimentos na área social. Para se constatar isso, é só analisar os primeiros governos civis pós-1988 no Brasil e ver o tamanho do estrago na Educação (desmantelamento das universidades e outras instituições de ensino públicas), nos direitos dos trabalhadores públicos e privados (fim da estabilidade no emprego, cortes nos gastos com segurança social), no patrimônio público nacional (as privatizações criminosas!) - tudo isso foi o elitismo. Embora a corrupção e o descaso com a coisa pública continuem fortes como nunca, pelo menos hoje qualquer governo que queira permanecer no Poder tem que pôr em prática "políticas placebo" - que não resolvem nenhum problema, mas agradam a população (isso é o tal populismo).
Segundo, o fato de a política norte-americana ter dedicado total atenção ao Oriente Médio tornou possível o ressurgimento de movimentos de esquerda ou movimentos populares na América Latina. Antes, todo tipo de insurreição contra o poder liberal era logo rechaçado militarmente, com o apoio yankee; são exemplos disso as guerras civis e ditaduras arquitetadas e dirigidas pela Central Intelligency Agency (C.I.A.) em: El Salvador, Nicarágua, Chile, Brasil, Argentina, Paraguai, Uruguai... não é preciso continuar. O continente todo já foi vítima direta e indireta das políticas de intervenção norte-americanas que garantiram o que todo mundo já sabe: somos o quintal dos "américas". Ironicamente, o único insucesso norte-americano foi Cuba - e eu me pergunto: "por que será"?
Terceiro, os tratados de livre comércio assinados entre os latino-americanos começaram a pôr em causa a hegemonia e ingerência econômica norte-americana, trazendo benefícios diretos e indiretos ao comércio dos países do Sul global. Ora, o sucesso das exportações e do comércio entre os países latino-americanos é muito recente; isso tem beneficiado enormemente o Brasil, que colhe bons resultados a nível regional e excelentes resultados em nível internacional. Inclusive, não faz mais 06 anos que o Brasil e seus parceiros regionais do Mercosul começaram valiosas parcerias tecnológico-industriais com países como Rússia, Índia e China e, ainda, iniciaram uma expansão rumo à África.
Por fim, e como não podia deixar de ser, o mais importante: o comércio mundial está de olho no petróleo da América Latina. Aonde você acha que as grandes potências vão cavar, quando secarem as reservas de petróleo dos árabes, caro leitor? E nesse ponto todos concordam, não há cá conversas: o petróleo ainda é o carro chefe do mundo industrializado. Todos criticaram o Evo Morales (Bolívia) por ter nacionalizado o petróleo e as empresas petrolíferas bolivianas; porém, pergunto a qualquer general de cinco estrelas se ele é favorável à privatização da Petrobrás e ele diz um audível e quase ensurdecedor "não!". No Brasil, todos acharam ruim porque o presidente boliviano "pegou o que era nosso"... Mas esquecem-se que o gás e o petróleo são as únicas moedas disponíveis para que a Bolívia saia da lama - disso ninguém quer falar.
E tudo isso para criticar o PFL..., perdão, o "Democratas". Eles acusam o atual governo de populista, mas esquecem-se que agora, caros amigos, a opinião do povo tem um peso muito maior do que no passado. Superada que está a discussão da existência ou não de direita e esquerda no Brasil, o que convém dizer é exatamente aquilo que poucas pessoas querem ouvir: a democracia na América Latina não é racional, é passional. Quem quiser conquistar um governo, agora, terá que cair nas graças do povão; e este último personagem vai cobrar cada "centavo democrático" que a História direitista latino-americana lhe roubou.
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